19 outubro 2009

Lágrimas


À sombra do luar
iluminada pelo brilho dos olhos
transbordam escorrendo
pela face
impossíveis de segurar
destruindo
pessoas
corações e mentes

Pensamentos


O que estaria você a fazer agora?
pensando sonhando
não tenho sono
gostaria de poder dormir
toda noite a história se repete
tento fugir
silêncio
estou sozinho
meus pensamentos
são minha compania
ao meu lado uma sombra
sem que possa revelar
seu segredo
mesmo que a noite inspire
pensamentos não me abandonam
ficam a rondar
minha sombra
companheira
inimiga
inseparável
razão
solidão
sofrimento
prazer
sonho
realidade
imaginação
irrealidade de algo
que os fracos permitem
os fortes omitem
todos partilham
pensamentos

Despedida


Em rápidos segundos
impossíveis de se contar
destruindo as trevas
alegrias, descobrimentos
revelações, sofrimento
por traz das nuvens
reaparece,
uma circunferência
imponente, irreal
tão lindo como veio
se foi...
simplesmente um dia
simplesmente se foi...

04 outubro 2009

Regeição


Você não tem para onde fugir
fica impaciente
está ali a seu lado
em sua cabeça
a todo momento
em pensamentos
noites intermináveis
a todo momento
em todo lugar
gostaria de descrever
esta dor em palavras
como descrever o amor
de um sego?

Feche os olhos
tente traduzir em palavras
o som das ondas ao quebrarem
murmurar palavras de carinho
a areia
tente ler nas pedras
as mensagens
deixadas do mar
assim você conseguirá
amenizar esta dor.

Deserto


Os dias
as horas
permaneço aqui
no nada
preso
insignificante
preciso soltar as correntes
fico vagando de um lado
para outro
perco a noção do tempo
não sei se realmente estou aqui
meu corpo está
minha presença
minhas palavras
meus pensamentos
estão do outro lado desta pirâmide
dunas e miragens
fome e sede
dias e noites
sol escaldante e frio
tempestade de areia
paraisos imaginários
olho o céu
ninguém responde
a corrente que lhe aprisiona
a corda que lhe enforca
as algemas do seu inconsciente
o carrasco de sua vida
sua prisão
onde nascem flores
minhas mãos suas algemas
minhas palavras
mordaças que a emudece
seu carrasco
no deserto desse castelo
preso
em minhas próprias paredes

Cemitério


Meu mundo
um império de corpos
amontoando-se
um ar de tristeza e solidão
tudo é inlógico
o medo
ninguém conseguiu decifrar
é simplesmente um ponto de partida
muito sofrimento
e ainda assim
estão em paz
não se pode dizer que se foram felizes
não queriam deixar os amigos
deixam seus corpos em decomposição
lembranças de sua vida
dissemos palavras
que ficam imortalizadas
deixamos nos entregar
e sem medo
sepultado
num mar de corpos.