04 outubro 2009

Deserto


Os dias
as horas
permaneço aqui
no nada
preso
insignificante
preciso soltar as correntes
fico vagando de um lado
para outro
perco a noção do tempo
não sei se realmente estou aqui
meu corpo está
minha presença
minhas palavras
meus pensamentos
estão do outro lado desta pirâmide
dunas e miragens
fome e sede
dias e noites
sol escaldante e frio
tempestade de areia
paraisos imaginários
olho o céu
ninguém responde
a corrente que lhe aprisiona
a corda que lhe enforca
as algemas do seu inconsciente
o carrasco de sua vida
sua prisão
onde nascem flores
minhas mãos suas algemas
minhas palavras
mordaças que a emudece
seu carrasco
no deserto desse castelo
preso
em minhas próprias paredes

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